Os professores, representantes do Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais) e alunos do Ensino Médio se reuniram na manhã de sábado, 18, na Praça dos Agricultores, para manifestar contra a Reforma da Previdência apresentada pelo Governo Temer.
No encontro foi possível notar total insatisfação em relação à proposta apresentada para a Reforma da Previdência, e os docentes se mostraram dispostos a lutar para que nenhum de seus direitos atuais seja perdido.
Após o movimento realizado na Praça, os manifestantes se dirigiram até a Câmara Municipal de Itamarandiba para um momento de diálogo e debate sobre os pontos principais da Reforma.
Dentre os presentes, estava Mucio Alberto Cordeiro Alves, educador e diretor estadual do Sind-UTE, que representa a categoria na região. Ele afirmou que esse tipo de manifestação é extremamente importante. “É fundamental, pois o momento que estamos vivendo só pode ser entendido com muita conversa. Podem haver muitos trabalhadores da educação que ainda não conhecem a real proposta da Reforma da Previdência que está tramitando no Congresso, então se a gente não tiver a oportunidade de conversar com estes trabalhadores e juntamente entender o momento, fica muito difícil e muita gente vai ser enganada.”
O Diretor do Sind-UTE, ainda lembrou que infelizmente o cidadão só tem contato com os seus representantes em duas situações: na hora do voto e na hora da manifestação. “É fundamental que a gente tenha este espaço de debate”, disse à equipe do Jornal Itamarandiba Hoje.
A coordenadora de Sind UTE, Sub sede de Capelinha, e professora de geografia, Marise Cordeiro de Andrade, ressaltou a importância da união dos professores para manifestar, - “É importante pois a cada dia nós estamos perdendo direitos que conquistamos com muita luta” – e ainda citou como retrocessos e possíveis dificuldades para os próximos anos a Reforma do Ensino Médio, a aprovação da PEC 55 e agora o que mais a preocupa é a possível Reforma da Previdência, que ao seu ver prejudica principalmente aqueles que estão entrando ou ainda irão entrar no mercado de trabalho e as mulheres que teriam que ter um tempo de contribuição igual ao dos homens, mas ainda afetando negativamente diversas classes de trabalhadores.
Apesar de esta não ser a primeira vez que docentes de Itamarandiba entram em greve para correr atrás de seus direitos, desta vez é notável o crescimento do interesse do aluno em saber o motivo de entrarem em greve. A professora Ana Paula Coelho ressaltou este interesse por grande parte dos alunos. “O diferencial é a participação dos alunos. A cabeça dos alunos. Se a gente para, eles já e querem saber o porquê. Essa dimensão foi criada pela participação dos alunos”, disse a professora, que foi uma das docentes de Itamarandiba que participou das manifestações que aconteceram em Belo Horizonte.
Apesar da manifestação não ter contado com um número extraordinário de participantes, os professores e professoras se mostraram determinados nesta luta, enfatizando que a greve segue por tempo indeterminado.