A entrevista que você lerá agora foi realizada na terça-feira, dia 15 de setembro, durante a realização do Café Empresarial, promovido pela Escola Móvel SESI/SENAI. A entrevista foi concedida pela gerente dos Programas Escola Móvel e Cozinha Brasil, Sra. Joana Dark Oliveira Furtado, que tem formação na área da educação e direito, e atua no programa Escola Móvel há 4 anos, desde a sua criação em 2011.
O Vale Hoje:Primeiramente, em nome do Jornal O Vale Hoje gostaria de parabeniza-la pelo trabalho à frente da Escola Móvel SESI/SENAI. Acredito que eu possa falar em nome das inúmeras pessoas que se encontraram comigo e estão maravilhadas com este projeto da escola móvel. Então, para começar gostaria que você contasse um pouco do surgimento da escola móvel SESI/SENAI.
Joana Furtado:O Programa Escola Móvel SESI/SENAI surgiu em 2011, foi idealizado pelo presidente da FIEMG, que é o Dr. Olavo Machado Júnior. Ele queria uma escola itinerante, que pudesse ir por toda Minas Gerais, levando oportunidade para as pessoas que a não tiveram em um momento oportuno, ou que não tiveram condição de estudar, ou que não tem um grau de estudo que o permita acessar um outro grau de ensino. É um tipo de ensino rápido, descomplicado, que ensina como se ensinava os antigos ofícios. Então, a ideia é essa, resgatar os ofícios que vêm sumindo, ou seja, hoje em dia para você encontrar um eletricista, um pedreiro, uma costureira, não é tão simples como há um tempo atrás. Estas profissões estão sumindo do mercado e ele quis resgatar isso, que é muito importante tanto para a pessoa poder sobreviver, quanto para oferecer mão de obra para a indústria também.
O Vale Hoje:Há quantos anos esta escola está percorrendo os municípios mineiros e quantos destes já foram contemplados?
Joana Furtado:Desde 2011, nós já estivemos em mais de 240 municípios, já rodamos mais de 250 mil quilômetros e vamos completar cerca de 26 mil alunos formados. Na verdade, nós possuímos além desta tenda que está em Itamarandiba, que só há uma em Minas Gerais no momento, nós pretendemos inaugurar outra no final do ano. Com esta tenda, nós temos a capacidade de atendimento de 08 municípios por ano. Itamarandiba é o 35º município atendido, dos 853 do estado. É um privilégio para a cidade, mas estamos tendo um retorno muito bom.
O Vale Hoje:De onde provém os recursos que financiam a escola móvel?
Joana Furtado:A FIEMG, que é a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, é uma instituição privada, que é mantida pelas indústrias e que busca dar o retorno para elas. Neste programa nós possuímos dois braços da FIEMG trabalhando, que são o SESI e o SENAI. O SESI que trabalha o lazer, o esporte e a educação dos industriários e seus familiares, e o SENAI com a expertise de formação de mão de obra. Os recursos da FIEMG são advindos da indústria. Há um compulsório que a indústria paga todo mês pela folha de trabalho e que a FIEMG reverte em benefícios, treinamentos, em diversos produtos, dentre eles o nosso.
O Vale Hoje:Fale um com relação à realização dos cursos da escola móvel em Itamarandiba, que já estão quase no fim.
Joana Furtado:O balanço foi muito positivo. Na verdade Itamarandiba me surpreendeu positivamente, porque a aderência foi muito alta e muito rápida. Quando a gente chegou, já havia completado quase o total das vagas. A tenda da escola móvel hoje oferece 532 vagas no total e já no primeiro dia de aula estávamos com quase todas estas vagas preenchidas. Então, isso foi muito bom, muito bacana, um retorno bom que a população deu para a gente. O nível de evasão está sendo baixíssimo ou não existe, e quando existe é por um motivo justificado, como doença, ou algum trabalho ou bico que apareceu. Então assim, a resposta do povo está sendo extremamente gratificante para a gente.
O Vale Hoje:Tenho informações de que muitos quiseram se inscrever, mas não conseguiram devido à demanda.
Joana Furtado:Infelizmente, são muitas vagas, mas elas têm um limite. Isso mostra que a população está disposta, está motivada, está esperta, porque não adianta a gente fugir que estamos em um momento de crise, mas é mais um motivo para buscarmos novas formas de geração de renda e mais um espaço no mercado para buscar o conhecimento. E o povo de Itamarandiba entendeu bem isso e realmente eles vieram buscar e nós não tínhamos mais vagas, exceto para as últimas turmas de artesanato. Isso mostra que o povo está sendo ávido e bem instruído.
O Vale Hoje:Estive agora conversando com um dos empresários que participaram deste evento e ele me relatou este período de crise que o Brasil está enfrentando, e eu fiz uma pergunta óbvia, se nesta época de crise, ele contrataria um qualificado ou não. Ele respondeu que contrataria o qualificado e falou muito bem do curso.
Joana Furtado:Independente do momento em que estamos vivendo, hoje o mercado não abre mais espaço para as pessoas que não possuem qualificação. É importante frisar aqui, que a escola móvel além de qualificar a mão de obra, nós ensinamos postura profissional. Por exemplo, o aluno do curso de pedreiro de alvenaria assistente, ele aprende além de assentar alvenaria, ler um projeto, de rebuçar, rebocar, ele aprende a postura profissional, a deixar o local limpo ao final do trabalho, a lavar as ferramentas, a usar os EPI. Esse é o nosso diferencial!
O Vale Hoje:Fale um pouco sobre este evento de hoje. A escola está encerrando suas atividades, mas os itamarandibanos podem ficar esperançosos de que virão mais cursos em parceria com a prefeitura?
Joana Furtado:Hoje é o café empresarial. Para falar um pouco, este é um encontro que estamos fazendo com os empresários da cidade. Nós fizemos o convite para que eles viessem ver o nosso trabalho e conhecer o que os alunos conseguiram fazer e aprender neste tempo de estudo, para que eles possam dar uma oportunidade no mercado de trabalho para eles. Agora, com relação a esta segunda pergunta, justamente por esta resposta tão boa do povo, por terem abraçado de uma maneira positiva, a tendência é que voltemos sim. Não com a tenda, porque é uma só e serão duas, mas são muitos municípios. Mas além a tenda, possuímos cursos avulsos, que seriam kits, que chamamos de kits didáticos, com carretas ou com conjunto de maquinário e ferramentas que montamos em um espaço cedido. Então a gente possui outros cursos, diferentes destes que vieram, que a gente pode sim trazer para cá. Isso depende também da articulação do poder público, que mostrou muito interesse em continuar nesta postura de educar e capacitar as pessoas, no entrosamento com a FIEMG regional Vale do Jequitinhonha, mas a tendência é que sim, e que voltemos aqui com outros cursos, porque a resposta foi muito boa e quando o povo está disposto a aprender, a gente muito mais, a gente quer ensinar.
O Vale Hoje:Agora gostaria que você fizesse suas considerações finais e suas impressões sobre Itamarandiba.
Joana Furtado:Itamarandiba foi a cidade que desde o início teve este diferencial. O comprometimento do poder público com o nosso programa, desde antes de começarmos a montar a tenda, a assistência com lanche, porque é uma parceria, muito pontual na entrega, um lanche diferenciado e muito bom, o pessoal para nos dar o suporte. Isso são iniciativas do poder público que nos favorecem e tornam mais brando o trabalho, mas na verdade o retorno maior que temos é a transformação de vidas que se vê no olhar dos alunos, desde o primeiro dia para hoje, a mudança é muito grande. É você poder dar a real oportunidade. A escola móvel não está aqui para fazer número, estamos aqui para formar deixando as pessoas bem melhores preparadas, é o diferencial que faz na vida de cada um.
A Escola Móvel SESI/SENAI, em parceria com a Prefeitura de Itamarandiba, realizou, no dia 17 de setembro, no Clube Florae, a maior formatura de cursos profissionalizantes já realizada no município.
No total 518 alunos receberam os certificados de conclusão em quatro oficinas de artesanato e em 09 cursos, sendo eles: atendimento ao cliente, auxiliar administrativo, secretariado, costureiro, manicure básico, educação ambiental e sustentabilidade, pedreiro, mecânico de autos e eletricista predial.
Além dos formandos e seus familiares, a solenidade de entrega dos diplomas contou com a presença de autoridades e empresários locais, dentre eles: Prefeito Erildo Gomes, Gerente SENAI/Alto Jequitinhonha, Maria Etelvina Andrade Câmara, Gerente do Programa Escola Móvel SESI/SENAI, Joana D’arc Oliveira, Secretária Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, Rita de Cássia Couto, Presidente da Câmara Municipal, Eduardo Moreira, e o Presidente da ACIAI/CDL, Wagno Gomes.
A Gerente do Programa Escola Móvel SESI/SENAI, Joana D’arc, fez questão de salientar ter vivenciado em Itamarandiba algo muito positivo no que se refere a quantidade de pessoas que concluíram os cursos propostos no município. Para ela, esse número recorde de concluintes é resultado do apoio encontrado, da persistência e vontade de crescer que o povo itamarandibano demonstra. “De 530 alunos inscritos entregamos diploma para 518. A diferença de matriculados e concluintes é quase ilusória quando comparada com a média estadual de evasão que é de 20%. Essa aceitação espetacular que tivemos aqui é fruto do comprometimento dos alunos e da ajuda incondicional do Prefeito e sua equipe.”, elogiou.
Durante a solenidade de diplomação, a Gerente SENAI/Alto Jequitinhonha, Maria Etelvina, entregou, ao Prefeito Erildo Gomes, uma placa de agradecimento e reconhecimento pelo imprescindível apoio que ele tem prestado ao SESI/SENAI nos últimos anos.
Na oportunidade, Maria Etelvina, ressaltou ter encontrado na Prefeitura Municipal, em especial na atual administração, a parceria que há anos buscava em Itamarandiba.
De acordo com ela, sem a ajuda e compromisso da equipe de trabalho da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, bem como, do empenho do Prefeito Erildo Gomes, a Escola Móvel SESI/SENAI não teria prestado relevantes serviços aos habitantes do município. “Em épocas passadas havíamos proposto trazer esse beneficio à Itamarandiba. Contudo, não obtivemos apoio e nem demonstração de interesse para que isso acontecesse. Realidade bem diferente do que encontramos com o Prefeito Erildo, a quem quero agradecer e reafirmar nosso compromisso em trazer, em breve, novos cursos para a população local.”, afirmou.
Fonte: Ernane Frois / ASCOM: Prefeitura Municipal de Itamarandiba
Aconteceu ontem, dia 16 de setembro, o Café Empresarial, promovido pela Escola Móvel SESI/SENAI/FIEMG, em parceria com a Prefeitura Municipal de Itamarandiba.
O evento iniciou-se às 17 horas e teve aproximadamente uma hora e meia de duração. O seu objetivo foi apresentar para os empresários da cidade, os cursos, estrutura e alunos que estão se formando na Escola Móvel.
Os empresários puderam conhecer um pouco dos cursos que estão sendo ministrados e qual será a capacidade técnica dos alunos, que já são praticamente profissionais prontos para absorver as demandas do mercado. A expectativa é que agora com a capacitação técnica podem ser absorvidos pelo mercado, seja se empregando em alguma empresa, seja abrindo o seu próprio negócio.
Além de toda a estrutura, que realmente é grandiosa, os presentes também gostaram muito do método de ensino praticado na escola e da disciplina exigida.
"Esta escola é interessante, porque hoje nós estamos decadentes de mão de obra em Itamarandiba. Também é um incentivo para esta galera melhorar, estar sempre buscando melhorar. Então, nós precisamos disso. É obvio que se tiver uma pessoa preparada, eu vou contratar a que está preparada, porque preparar um funcionário vai me gerar custo.",disse o Sr. Gláucio Alves Arantes, empresário.]
As não-crônicas de Jhonny Bala
“São 18 capítulos sobre a vida do personagem que criamos: o Jhonny Bala – nome inspirado em Pedro Bala, do livro Capitães de Areia, de Jorge Amado. Nesses capítulos, há histórias que supostamente aconteceram com esse personagem, em uma mistura intrigante de dúvidas e certezas, verdades e mentiras, imaginação e fantasia, morte e vida.”
O projeto Jovens Escritores na Escola tem sido desenvolvido pela Profª. Nárllen Advíncula, desde o início do ano de 2015, com a turma do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio João Paulo II – Sistema Objetivo de Ensino, de Itamarandiba – MG.
O objetivo deste projeto extracurricular, idealizado pela professora há alguns anos, é a escrita, publicação e venda do livro literário As não-crônicas de Jhonny Bala. Obra escrita por ela e todos os alunos da referida turma, além da participação da aluna Rúbia Fróis, da E. E. São João Batista. Portanto, é um total de 18 escritores para os 18 capítulos que compõem o livro. Haverá, ainda, a contribuição crítico-literária da obra pelo Prof. Dr. William Augusto Menezes, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); e da Profª. Dra. Simone Santos, Professora de Linguística e Língua Portuguesa, da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades – Campus Diamantina / MG, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), cujo conteúdo será impresso nas orelhas do livro.
O lançamento e a venda do livro estão previstos para o dia 26 de novembro de 2015 e serão realizados no Plenário José Sena Neto. Atualmente, o projeto encontra-se na etapa de revisão dos capítulos e seguirá para a diagramação do texto, capa e finalização do livro – o que ocorrerá em breve.
É interessante ressaltar que todos convidados decidiram participar e as diretoras do Colégio João Paulo II, Mariza Monteiro Araújo e Maria Geralda Fernandes, ofereceram completo apoio para esse projeto que apresenta muitos desafios. Um deles, segundo Nárllen Advíncula, é a arrecadação de fundos para o pagamento da impressão do livro, a diagramação e outros gastos envolvidos, como a solicitação do International Standard Book Number (ISBN), junto à Biblioteca Nacional. Para tanto, o grupo de escritores traçou algumas estratégias para conseguir esse valor, dentre elas, rifas, bazar e busca de apoio de alguns empresários da cidade.
A professora ressalta “o grande interesse pela escrita e pela leitura que foi despertado em cada aluno desde então, fazendo surgir textos de grande criatividade e qualidade, fazendo-me surpreender a cada nova revisão que realizo. As não-crônicas de Jhonny Bala tornou-se um estímulo à leitura e à escrita para nossos jovens, conduzindo-os ao universo fascinante da Literatura, não somente enquanto leitores, mas enquanto autores de suas próprias histórias. Desde já, agradeço, em meu nome e em nome dos alunos envolvidos, a todos aqueles que, de alguma forma, têm contribuído para a realização desta publicação.”
...
A Secretaria Municipal de Educação informa que o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) abrirá, dia 08 de setembro, próxima terça-feira, as inscrições para os novos cursos técnicos a serem ofertados gratuitamente em Itamarandiba.
O edital poderá ser acessado no site do Instituto. Link: http://www.ifnmg.edu.br/
No nosso município serão ofertadas, graças à parceria firmada entre Prefeitura Municipal e IFNMG, 260 vagas a serem distribuídas da seguinte maneira:
• Administração = 40 vagas
• Finanças = 40 vagas
• Logística = 40 vagas
• Meio ambiente = 40 vagas
• Multimeios Didáticos = 25 vagas
• Secretária Escolar = 25 vagas
• Alimentação Escolar = 25 vagas
• Infraestrutura Escolar = 25 vagas
Fiquem atentos e se inscrevam! Mais informações pelo telefone (38)3521-3077, ou na sede do Pólo UAB/Unimontes, situada à Av: Jequitinhonha, 298-2º Andar, Bairro Florestal.
Prefeitura de Itamarandiba e IFNMG. Parceria que oferta conhecimento!
Fonte Ascom Itamarandiba
...
Uma instituição ajuda 750 crianças a aprenderem duas lições importantíssimas: ética e companheirismo. Itamarandiba, no interior de Minas Gerais, é quase uma cidade partida. A economia na região gira toda em torno da produção de eucalipto. Crianças e adolescentes têm poucas opções de lazer e de cursos técnicos. O outro lado da cidade quase partida é o Centro Social Mali Martin. O lugar foi criado por um empresário alemão, Peter Martin, que tinha uma madeireira.
O esquema é simples: quem vai à escola de manhã vai ao Centro à tarde e quem estuda à tarde vai de manhã. Quatro vezes por dia o ônibus do Centro Social Mali Martin percorre a cidade pegando as crianças e jovens que vão ao local para atividades culturais e esportivas. Mas o ônibus é muito velhinho e muitas das crianças moram bem longe. Tudo é voltado para ampliar a formação ética e profissional desses futuros adultos.
“Dentro do mero contexto da formação do cidadão, trabalham em equipe, ajudam no respeito ao próximo, o coleguinha às vezes não consegue, o outro vai lá e ajuda”, destaca o professor Adílson Meira.
“Fazer texto, criar livro e muitas outras coisas também”, diz uma aluna sobre as atividades.
Nas aulas de reforço, as crianças aprendem uma lição que não está nos livros: a conquista do amor próprio.A professora Geralda Andrade revela sua maior vitória:
“Ver o desenvolvimento dessas crianças aqui, o comportamento delas melhorando e, principalmente, quando vejo a alegria que elas têm ao ir à mala de leitura pegar um livro e conseguir ler”.
Fonte: G1